Ana Maria AuricchioI; Maria Cristina Komatsu Braga MassarolloII
No Brasil, nas últimas décadas, o enfermeiro vem ampliando as suas áreas de atuação e, dentre elas, estão a medicina estética e a cirurgia plástica, nas quais atua efetivamente como membro da equipe multiprofissional.
A medicina estética promove o desenvolvimento de técnicas destinadas a corrigir alterações do relevo cutâneo da face e de outras regiões do corpo, por meio de procedimentos clínicos, minimamente invasivos, com produtos químicos tópicos e injetáveis(1-2).
A cirurgia plástica é dividida em dois ramos principais: a cirurgia plástica reparadora ou reconstrutiva e a cirurgia plástica estética. A cirurgia plástica estética se propõe a trazer as variações da normalidade do corpo para o mais próximo possível daquilo que se concebe como padrão de beleza para uma cultura, em um determinado momento e, também, corrigir as alterações evolutivas do tempo(3). Além disso, acresce a essa finalidade o objetivo de melhorar a aparência e a auto-estima e, conseqüentemente, a qualidade de vida, pois são alterações corporais que não configuram doenças, mas causam alterações psicológicas(3-4). Vários autores têm constatado em seus trabalhos que os procedimentos estéticos possibilitam o alcance desses objetivos(5- 6).
Observa-se que muitos clientes que procuram esses procedimentos são portadores de uma expectativa que acarreta níveis diferentes de ansiedade, justificada pela coragem de investir em seu corpo, pela procura da solução para o seu problema, desejando que o resultado do tratamento proposto seja o mais próximo possível do idealizado, e pela repercussão que sua nova imagem corporal causará para si e para os outros.
Estabelecer uma relação enfermeiro-cliente é o primeiro passo para que o enfermeiro possa obter informações sobre os desejos do cliente e visualizar a percepção de distorção quanto à sua auto-imagem, assim como a mudança que o procedimento poderá causar.
Enfermeiros e médicos são obrigados, legal e moralmente, a avaliar e preparar o cliente informando-o e esclarecendo-o quanto ao procedimento a ser realizado, aos cuidados pré e pós-procedimento, aos riscos e benefícios, em linguagem acessível, bem como tentar suprir suas necessidades e questionamentos, para que efetive o processo de tomada de decisão de forma consciente. A liberdade e o esclarecimento para a tomada de decisão são condições necessárias para a manifestação da autonomia do cliente.
O respeito à autonomia obriga os profissionais a revelarem informações, verificarem e assegurarem o esclarecimento e a voluntariedade, e encorajarem a tomada de decisão adequada(7). A manifestação da autonomia na área da saúde se dá pelo consentimento esclarecido.
Consentimento esclarecido é um ato de decisão voluntária, realizada por uma pessoa competente, embasada em informações pertinentes e que seja capaz de deliberar, tendo compreendido a informação recebida, aceitando ou recusando propostas de ação que a afetem ou possam afetar. Portanto, o consentimento é condição indispensável da relação cliente-profissional de saúde(8-9).
O consentimento esclarecido se inicia mediante uma comunicação clara, somada a bom relacionamento desenvolvido entre o cliente e o profissional de saúde, deixando de ser o Termo de Consentimento um instrumento meramente legal, para se tornar o registro de um processo de tomada de decisão consciente.
Devido à escassa literatura em relação à atuação do enfermeiro em procedimentos estéticos, sobretudo quanto às questões referentes ao esclarecimento e à liberdade do cliente para tomada de decisão, a jovialidade do papel do enfermeiro nessa área e a importância da atuação dos profissionais de saúde, como um dos meios para a assegurar a autonomia do cliente, decidiu-se pela realização deste estudo.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342007000100002&script=sci_arttext
Justo o que procurava sobre procedimentos estéticos para 2020.
ResponderExcluirJusto o que eu procurava sobre procedimentos estéticos. Obrigada!
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